Agosto dourado: a primeira refeição vale ouro

Com quase um mês, Bento é um brocadinho e não desgruda do peito da mamãe Monique Reis. Apesar de ser mãe de primeira viagem, ela sabe a importância do aleitamento materno para o bebê, por isso, segue as orientações do Ministério da Saúde quanto a amamentação sob livre demanda e dá o peito sempre que o filho pede.

Para que outras mães também entendam a importância do aleitamento materno, foi criado o Agosto Dourado, mês de promoção, proteção e apoio a esse ato. O dourado faz alusão à definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o leite materno: alimento de ouro para a saúde dos bebês.

Segundo a nutricionista do Banco de Leite Humano do Hospital da Mulher Mãe Luzia, Larissa Moraes, antes dos seis meses de idade, a amamentação fornece todos os nutrientes que uma criança precisa para crescer e ter uma infância saudável. Sendo assim, não é necessário complementar a alimentação com chás, leites artificiais ou até mesmo água.

“O leite materno é um alimento completo e supre toda a necessidade calórica, nutricional e metabólica do bebê, além de criar um vínculo com a mãe e gerar a sensação de conforto para a criança”, explicou a nutricionista.

Para a mãe, o principal cuidado na hora da amamentação é com a pega do bebê. Da maneira correta, ela evita machucados na mama e auxilia na produção de mais leite. Uma alimentação saudável, com frutas, verduras e sem exageros de gorduras, e manter a hidratação, também deve ser prioridade, afinal, durante a amamentação o gasto energético é maior.

Em caso de dificuldade para a amamentação, é essencial conversar com um médico. Para as mães com leite excedente, o Banco de Leite Humano está sempre precisando de doações.

Esclarecendo mitos:

O bebê deve mamar a cada três horas e fica mal acostumado de não tiver horário?

Não. A amamentação é sob livre demanda, ou seja, o bebê deve mamar sempre que desejar, sem a mãe se importar com horários rígidos.

Algumas mães produzem leite mais fraco?

Nenhum leite materno é fraco. Até o leite de uma mulher desnutrida é tão bom quanto o de uma mulher nutrida.

Quem fez redução mamária ou colocou silicone, pode amamentar?

A cirurgia nos seios não impede a mulher de amamentar, desde que durante a cirurgia sejam preservadas as estruturas das mamas.

Se a mãe não estiver com muito leite, pode deixar outra mulher amamentar seu filho?

Não. O bebê cria os anticorpos necessários para a sua saúde tomando o leite da mãe. A solução para quem não consegue amamentar é procurar o Banco de Leite Humano, evitando a amamentação cruzada, que há o risco de transmissão de doença infecciosa.

Quando o bebê arrota no seio, ele empedra?

Não. O arroto é apenas gazes que o bebê precisa expulsar. O chamado empedramento, que é quando o seio fica rígido e deixa de ser macio, significa que há muito leite e precisa ser retirado para não gerar mais dores à mãe.

Os mamilos devem ser higienizados a cada vez que o bebê for mamar?

Não é necessário higienizar as mamas sempre que for amamentar. No banho diário, basta lavar a mama com água e sabonete e usar sempre sutiã limpo e seco.

Preciso dar os dois seios a cada mamada?

Não. É importante que a mãe dê tempo suficiente para o bebê esvaziar adequadamente o seio. Caso esvazie uma mama por completo e ele ainda deseje mamar, a mãe pode oferecer a outra.

Quando a mãe volta ao trabalho, depois da licença-maternidade, ela precisa parar de amamentar?

Isso é relativo. A lei garante que a mãe pode sair uma hora antes do expediente, ou realizar um intervalo especial, para amamentar até o sexto mês. Outra opção é retirar o leite anteriormente, armazená-lo em recipientes higienizados e refrigerá-lo.

O leite do Banco de Leite pode não ser seguro?

A principal diferença entre o Banco de Leite Humano e o leite doado diretamente por uma outra mãe, é que no Banco o leite é tratado, pasteurizado e, por isso, não há possibilidade de transmissão de doenças.

BANCO DE LEITE HUMANO
Endereço: Rua Jovino Dinoá, esquina com Avenida Fab.
Contato: (96) 98115-9018 WhatsApp

Rafael Guerra

O criativo - Jornalista, canceriano e fã de batatas (fritas, assadas e amassadas).