Este ano Macapá, capital do
Amapá, completa 261 anos. Desde 4 de fevereiro de 1758, data da criação da
então Vila de São José de Macapá, as tradições, cores e sabores se misturam.
Duas coisas tornam essa cidade
especialmente única: Macapá é a única capital brasileira situada na foz do Rio
Amazonas e a única capital cortada pela linha imaginária do Equador, que divide
a Terra em dois hemisférios, Norte e Sul.
O vocábulo
Macapá é de origem tupi, uma variação de “macapaba”, que na língua dos índios
quer dizer um lugar de muitas bacabas. A bacaba é um fruto originário da
bacabeira, palmeira nativa da região de onde se extrai um vinho de cor
acinzentada, gorduroso e muito apreciado pela população.
A cidade que
desde o nome traz referência a fartura de uma fruta, tem uma culinária vasta e
enriquecida com ingredientes da cultura indígena. Muita coisa foi herdada do Pará,
de onde o Amapá pertencia até 1943, quando foi desmembrado e transformado em
Território Federal. Tacacá, pato no tucupi e maniçoba também fazem parte da
cultura do macapaense. Além de frutas como cupuaçu, bacuri, açaí, pupunha;
ervas como coentro, chicória, alfavaca, jambu e peixes de água doce. Todos os
aromas se misturam para formar sabores únicos do Norte.
O cupuaçu e a castanha-do-pará viraram o Marabaixo, sabor de sorvete que faz muito sucesso. O nome faz alusão ao Marabaixo, manifestação cultural amapaense que inclui ritmo, dança, vestimentas, comida, bebida e estilo literário próprio e que foi reconhecido em 2018 como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Durante os festejos do Marabaixo são servidos a gengibirra, bebida feita com cachaça e gengibre, e caldo de carne e legumes.
Burico além de proprietário do restaurante, faz questão de preparar pessoalmente o camarão no bafo |
A iguaria é
tão tradicional que ganhou até um concurso durante a programação do Macapá
Verão. O vencedor de 2018 foi o restaurante Bom Preço, comandado pelo chef
Lourival Fernandes, conhecido como Burico.
Burico já
foi pescador, garçom e agora é empresário. Uniu essa experiência para fazer um
prato especial, sem fugir da receita tradicional que é servida há décadas na
Fazendinha.
“Eu preparo
o camarão de maneira tradicional. Mas tenho o meu diferencial, já que os outros
restaurantes servem apenas um molho de tucupi e eu resolvi temperar esse molho
de maneira mais elaborada, porém com ingredientes tradicionais de Macapá”, explicou
o empresário.
Ele preparou
o camarão pra nossa equipe e mostrou alguns dos seus segredos. O camarão estava
“graúdo”, com destaque para o molho, vem uma porção generosa e, de fato, dá um
toque todo especial ao prato.
Para o camarão:
600g
de camarão regional com casca
Sal a
gosto
1 Cheiro-verde
1
Chicória
2
limões
1
Pimenta de cheiro
Para o molho:
Tucupi
1 Jambu
1
Cebola
1
Tomate
MODO DE PREPARO:
Lave bem o camarão com casca,
tempere com sal, chicória, limão e leva ao fogo. Deixe fervendo por
aproximadamente 10 minutos. Balance a
panela pelo menos uma vez, sem abrir a tampa. Depois tire o camarão do fogo,
escorra a água e coloque em uma vasilha decorada.
Para o molho, ferva o jambu no tucupí, temperado com chicória, cheiro verde e acrescenta um pouco de camarão. Coloque em uma vasilha com tomate, pimenta e limão para servir.
Para o molho, ferva o jambu no tucupí, temperado com chicória, cheiro verde e acrescenta um pouco de camarão. Coloque em uma vasilha com tomate, pimenta e limão para servir.
Sirva com farofa.
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