Para somar forças ao movimento Julho
Sem Plástico e pesquisando um pouco sobre o impacto do canudo descartável no
meio ambiente, principalmente nos mares, iniciamos no O Que Comer Amapá? a
campanha #AmapaSemCanudo.
Escolhemos o canudo de plástico
para começar nossa campanha por ser um acessório presente na gastronomia e, em
geral, dispensável. O objetivo principal sempre foi, a partir da desistência do
uso desse produto, repensar todo o consumo de plástico que fazemos e a
quantidade de lixo que geramos diariamente.
Em janeiro de 2016 o Fórum
Econômico Mundial de Davos informou que o uso maciço de plásticos é tão grande
que em 2050 os oceanos terão mais plásticos do que peixes. Em Macapá, a Praça
do Coco, que possui 36 quiosques, nos ajuda a entender essa
realidade.
Em uma conversa informal com a
proprietária do quiosque Cantinho da Lora, ela nos informou que vende em média
70 cocos por dia. Junto com cada um deles, vai um canudinho. Multiplicando essa
média por 30 dias, são 2100 canudos por mês. Se esse número for multiplicado
por 36, número de quiosques da praça, são mais de 75 mil canudos mensais. Um
número não oficial, mas assustador e que não leva em conta as unidades que são
utilizadas em refrigerantes, sucos e drinks.
Se ampliarmos o universo dos
plásticos descartáveis para as sacolas de supermercado, garrafas, copos, talheres e
pratos, o caos previsto pelo Fórum faz muito sentido. Ainda mais quando sabemos
que o plástico leva mais de 300 anos para sumir e que, em geral, vai parar
no mar. Ainda segundo Fórum Econômico Mundial de Davos, mais de 90% da poluição
marinha é por plástico, que mata cerca de 1 milhão de pássaros marinhos, 100
mil mamíferos e tartarugas marinhas por ano.
A mobilização pra reverter esse
cenário de caos já começou. Muitas cidades pelo Brasil proibiram o uso de
canudos, como o Rio de Janeiro, que sancionou a lei em julho deste ano, com
multa de até R$ 3 mil pra quem descumprir. Canudos de papel e até macarrão são algumas das alternativas encontradas para evitar canudos.
Em Macapá, a empresa Égua du Canudo se
destacou por ser a primeira a vender canudo de aço inox na cidade. A marca,
criada pelo casal Manuh Coutinho e Aline Araújo, nasceu despretensiosamente
enquanto negócio, mas extremamente séria no papel social de conscientização.
“Encontramos uma fábrica de
canudos de metais no interior de São Paulo e íamos comprar só os nossos. Foram
eles que nos convenceram a fazer um pedido maior e vender os canudos aqui”,
explicou a Manuh.
Cobrando R$ 10 pelo canudo e R$
12 pela escovinha de limpeza, o Égua du Canudo está fazendo sucesso com os
preços bem mais baixos que os da internet e sem o custo de frete, e com o apelo
ambiental, sempre visando a proteção do nosso Rio Amazonas e das nossas
florestas.
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